segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Córregos e fossas de minha natureza
Por Jefferson Acácio
Dentro de mim um mundo inabitado construído por ruas vazias sem nome
Córregos inundados em tempo de tempestades correm por minhas veias
A vontade de desaguar toda a sujeira no oceano sobrenatural
Minhas veias entupidas de vivacidade e desejos latejantes
Pulsam como bernos cavando crateras no peito em busca de liberdade
Senhor, tenho sonhos aprisionados nas artérias e pulmão
Sequer posso respirar para não perdê-los de vista
Ausências estupidas e medos volúveis, o que posso fazer?
Por mais que eu me entregue mais profundo eu mergulho em mim
E mais escuro são as fossas onde meus sonhos se escondem da superficie
Se ao menos esses córregos transbordassem por minha garganta
E tomasse a forma da palavra dentro de uma estrutura sonora estridente
E num grito forte toda a minha resistência de desarmasse para o mundo
E para o mundo eu libertaria os meus sonhos
Quem cuidaria dos meus sonhos, sujos de córregos e fossas da minha alma?
Quem lhes daria banho, carinho e alimento para crescerem fortes?
Não tenho medo da morte! Tenho medo da chuva!
A chuva que inunda as ruas das minhas noites vazias!
Um grito de sobrevivência clama por um forasteiro desbravador
Que, com coragem e astucia, iria caminhar pelos córregos, contra a correnteza
Viria me resgatar de minha prisão inventada, somente para provar de um beijo
Um simples beijo representa a muralha vencida que barram as aguas da minha felicidade
Meus sonhos querem correr livres em alta velocidade como uma cachoeira despenca do alto
Minha felicidade se revela nessa queda-livre e meus sonhos assim sobrevivem!
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