segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Poesia Oral

- Corpo na Poesia
Por Jefferson Acácio





Existo dentro do meu corpo como um feto num casulo
Esta pele é apenas uma camada de tecido aquecido
Por dentro há um mistério inefável que vive de silêncios
Você quer tocar o meu corpo e passear com a língua de volúpias
Mas saiba que meu corpo tem contato direto com o coração
Ele é uma bomba nuclear pronta a disparar involuntariamente
Sim, dentro desta pele mora um homem-bomba
Que tem alta capacidade de explodir de amor!
Uma bomba até hoje preservada para o dia de sua glória sísmica
Então tome cuidado com seus lábios de cio e sal
A língua é uma erva venenosa que pode nos profanar de desejos
E o desejo é um mistério que combina com meu corpo e minha poesia
Estou cheio de movimentos sinuosos de quem procura por perigo
Conspirando as obviedades do corpo com a poesia
Me excito com essa cifragem de códigos
Ler o movimento da tua boca é uma emergência
E quando se morde - seduza-me com a tua linguagem!
Tudo é uma linguagem, e essa é de carne e osso
Essa carne exibe os dentes como lobo
E me deseja ferozmente pra minha distração
Não me importa o efêmero ou o eterno
A luz ou a escuridão ou outros contrastes
Meu corpo tem pressa de ser saciado pela poesia
A poesia que tua língua inicia escrevendo meu nome sob a pele
Eis-me livro teu!

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