quarta-feira, 30 de junho de 2010

Aventuras pelo desconhecido

Por Jefferson Acácio

De repente eu levantei da minha cama com muita disposição. Era uma força tremenda que se manifestava dentro de mim. Eu podia senti-la como se fossem formigas pelo meu corpo. Ao mesmo tempo era uma sensação forte e também era leve. Sim, porque eu não sentia um peso sequer, mais sentia que era forte.

Na minha pele havia essa reação estranha que caminhava como formigas mesmo, acho que transportando a energia da cabeça aos pés. E por dentro, era como se eu tivesse inspirado uma proporção maior de oxigênio. Sentia meus pulmões trabalhando mais rápido pra controlar os impulsos.

E então eu levantei da cama com esse inexplicável poder, “prefiro chamar assim”. Ainda liguei o celular para ver as horas, eram exatamente cinco da madrugada. Abri a porta do meu quarto devagar, caminhei até a sala e por curiosidade entrei nos quartos para vigiar se todos dormiam bem.

Vagarosamente sai da casa e, como um leão, eu observei se algum perigo os ameaçaria. Visto que estavam em segurança, entrei guardando meu urgido no peito carregado de ar. Fui à cozinha, pois havia em mim uma fome de boi, e meu abdômen se contraia inteiro. Comi o que havia na geladeira, e bebi do vinho que guardavam na adega da casa. Então voltei à sala, abri cuidadosamente a janela e subi.

Em frente à janela havia o muro da minha casa, pois eu cheguei ao muro levemente num salto. Olhei para frente e bem longe, com olhos de águia, avistei o mar e as nuvens estavam lindas. Um céu em tons de azul, laranja e vermelho se emaranhavam no despertar do sol. Enchi novamente meus pulmões daquela energia firme e constante e então pensei:

- EU POSSO VOAR!

Foi um levantar de vôo tão seguro de mim, sem asas nem nada. Somente aquela energia que girava ao meu redor, desta vez dos pés a cabeça. A energia estava mais concentrada nos pés, para me dar o impulso do vôo. Voei e lá de cima tudo ia ficando distante. Eu via a cidade do mesmo jeitinho que vemos no cartão postal, tão pequena que podia se vê de um só olho. Uma brisa leve no céu, que me soprava do oeste. Acho que era o vento de Zéfiro.

O gosto de voar era tão grande em mim, que me parecia não haver mais o chão. Enfrentei Bóreas, Eurus e Nótus, afinal tinha que haver os grandes ventos. Assim também os pormenores ventos Kaikias, Apeliotes, Lips e Síroco sopravam em mim. Fiz então um pouso em Constantinopla, cidade mais importante da Trácia. Descansaria por lá para seguir jornada ao Olímpo. Mas ao chegar à cidade não sabia que estava em pé de guerra.

Meu primeiro confronto foi com o deus do caos. Toda aquela desordem e confusão que se gerava na terra de Trácia. Eis que surgia então, em meio à multidão, o deus Eros, filho de Afrofite. E lutando contra o Caos, com o coração flechado por Eros, me vi numa guerra entre a razão e a emoção.

Mas logo, aprendi a desenvolver o equilíbrio e o poder da ordem. Não temi ao caos, nem me entreguei aos devaneios da paixão. Aquela energia era meu combustível de vida, para conquistar novas terras. Vivi mais essa aventura e voei do Olímpo, como Hercules fazia, sempre em busca de novas aventuras promovidas pelo desconhecido.

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