Por Jefferson Acácio
Quando parei na sinaleira
Ela atravessou a rua
Pude senti-la atravessando verticalmente minha garganta
Descendo com minha saliva.
Eu precisava salvá-la de um possível afogamento
“Estranho Esgotamento”.
Poesia, música e danças emolduram seu jeito de andar
Uma obra artística...
Eu estava esgotado de circular de rua em rua
Na esperança de encontrá-la novamente.
Enfim, encontrei-a no cartaz do teatro
“Estranha coincidência”.
Ela apareceu divina num vestido florido,
Deslumbrando os mercenários
Com pernas e braços nus, esmalte vermelho, batom...
Ela se enfeitava no espelho do cenário.
Minha atenção a ela se convergia
E somente aquela deusa era o meu foco ritualístico.
Corria o tempo em fast motion
Meu peito invadido de uma intenção de cortejá-la,
Mais tarde, fui tomar um licor caribenho no bar ao lado
Quando ela entrou e pediu café.
– “Dois dedos, por favor. Bem quentinho!”
– disse com um sorriso mágico.
Espantei-me, e me senti borbulhando
Dentro de sua xícara quentinha esfumaçando o desejo
“Mulata, cor de café, eu também quero dois dedos” – pensei
Fizemos um passeio que chegou até a porta do meu apartamento
A porta... O trinco... O arco... A flecha... Os olhos... Os braços... Mãos... Cintura... Um laço... Os lábios... O calor... É amor?... A cama... Estávamos zens em zoom - in e zoom - out.
Uma sinuosa trama de entregas... Suspiros! É festa!... O zíper... Encosta. O peito... Respeito?... Carinho... Os lençóis... Um nó... Pernas e braços nus... Pão-Francês... Garganta... Leite... Pescoço... Lingerie... Os beijos... Uma cena... Incenso... No quarto... Alfazema e também um perfume de rosas... Pecado nos quadris... Linda melodia!
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