segunda-feira, 19 de novembro de 2012

QUANDO UM NÃO QUER



(Martha Medeiros - livro TREM-BALA) (ps.: virei fã) - Esse texto que postei aqui no meu blog é o único que não é meu, gostei muito.

Não existe separação sincronizada, e essa talvez seja a grande dor do adeus. Não é assim...Um dia acordaram e descobriram juntos, às 9 horas, 24 minutos e 15 segundos, que o amor havia acabado. Cada um puxa sua mala de cima do armário e ruma para uma nova nova. Um serviço limpo. A verdade é que sempre alguém toma a iniciativa
de romper, quem fala primeiro levanta mais rápido. Comum acordo é na hora de se aproximar. Os lábios ainda se tocam mas os cérebros mal se cumprimentam. Cada um analisa o que está acontecendo sob um prisma absolutamente particular, até que um deles solta o verbo e se despede. Fim de caso é dor dividida: os dois lados sofrem com a saudade e a frustração. Quem é dispensado carrega a mágoa de não ter sido consultado, e pior, de ver-se frente a frente com um destino que lhe foi imposto. Mesmo não havendo mais amor, o orgulho fica pre machucado. Mas o dono das rédeas, o que teve a coragem de deter a carruagem no meio do caminho, esse tem sua dor diluída na força que lhe foi conferida pela decisão. A combinação é cada um ir para o seu lado, mas apenas um consegue partir. O outro fica ali, parado, procurando entender a imensa distancia que as palavras podem provocar.
Solução? Faro fino e rapidez. O cara diz: preciso falar com você, e você responde: sem problema, pode ficar com as crianças nas quartas e sábados. Ele diz: tenho um maior carinho por você, mas... e você emenda: eu entendo, eu também me apaixonei por outra pessoa. Isso é que é diálogo de primeiro mundo, não aquele duelo de gaguejos, acusações e histerismo. Seja mais ágil, mas se cometer o engano, e na verdade quando a pessoa começa com ..olha, eu queria.. e na verdade se trataria de um convite para jantar... disfarse elegantemente e com naturalidade. Ao menos se preveniu, e se prevenir nunca é demais!

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