Por Jefferson Acácio
Paixões passageiras causam uma morte lenta e letal
Sinto calafrios só de imaginar ser capturado pela paixão
A paixão passa depressa como areia corre das mãos
E sempre que caímos com cada paixão escorrida
Novamente estamos de pé para novas paixões
São dores acumulativas o despedir de cada paixão turística
Uma vez morto nunca mais nos permitiríamos amar e ser amados
Só aos nobres corajosos cabem essas façanhas da sorte
A esperança de encontrar “o alguém” só aumenta as expectativas
Quando sabemos perfeitamente que as pessoas temem em expressarem-se
Estão todos cheios de amarras no peito
Uma violência estúpida que as pessoas travam contra si
E encontram nos prazeres imediatos uma distração confundida com liberdade
De repente a liberdade parece estar hibernada numa felicidade inventada
Castigada de gozos elétricos porque “We are Fuckmuchines”
Parecem mendingar por beijos e trepadas que quanto mais mecânicas melhor é
Puras recriações do que acontece nos filmes pornográficos
A indústria da pornografia realmente transformou algo íntimo em um processo comercial
E as fadas (para não dizer “fodas”) suprindo o tédio e a carência.
É tudo um carnaval de alegrias que vem e que passa
É tudo uma grande orgia social
Every time someone younger than me says “Fuck”
Já cheguei a acreditar que o sexo fosse uma mistura homogênea não destilável
Um castigo de impurezas perdoado pelo amor transbordando no suor
Estou num estrada sem volante e sem freios
Enxugando o rastro da chuva no pára-brisas
Fugindo de possíveis paixões, padecendo de covardia
E com uma vontade de me arriscar em alta velocidade
De ser imprudente!
Estou vivendo tudo pela metade em detrimento de não ter a outra parte de mim
Que liberdade é essa que escolhi para mim?
Liberdade confundida com felicidade
Que mal há em dizer coisas vãs respeitando os impulsos e soluços do coração
Que mal há em ouvir “Venha me ver, Quero você...”
Que mal há mandar uma mensagem digital, ou encher a caixa de entrada de palavras apaixonadas
Bem, eu adoraria ser mesmo próprio leviatã e não sofrer mais com esses silêncios
Puro orgulho! Tolice! Covardia!
Falta mais nostalgia no espírito!
Meu propósito na terra é sentir e ousar
Posso ser sincero?!
- Eu quero morder o fruto da sua boca!
Mergulhar num profundo esgotamento do seu corpo!
Banhar-me no Oasis escondido em algum canto do seu olho
E morrer abraçado em você num sexo transcendental
E renascer a cada dia ao seu lado com forças renovadas
Quero que meus átomos se aliem aos seus átomos
E que dentro de nós sejamos poeiras no espaço
Diante de um universo de paixão maior que nós
Quero que sejamos mais que um simples choque
Quero a revolução no encontro de nossos olhares
Como o impacto que gerou o mundo
Quero rebeldia
Ebulição
Quero animar matérias!