sábado, 26 de março de 2011

Love is Business Baby

 Por Jefferson Acácio



Surpreendente o espírito de empreendedorismo nas relações quase comerciais das paixões inventadas ou incrivelmente fantasias que se esgotam como encantamentos.
Começa com comprimir dos lábios entre os dentes, dos olhos esmagados entre as pálpebras entre abertas e o sorriso no canto da boca – tudo para causar uma única boa primeira impressão. Há uns protagonistas da vida real que molduram com riqueza de detalhes os minuciosos retoques de um amor meramente encenado. Isso é espetáculo!
Por aí afora há um coral de amores administrados como um processo transgênico, hipoteticamente naturais e verdadeiros que realidade pode ser confundida com ficção! É quase uma obra de perfeição. Um gesto de subversão, crueldade e criatividade o amor fingido e calculado. O discurso da mentira é muito bem delineado para sustentar as aparências. De fato o amor causa cegueira e o silêncio militante antagonicamente faz orquestra nas relações.
A verdade é estilhaçada e despedaçada fragmento por fragmento e misturada aos cacos teatrais da mentira. Bom, o resultado final é uma bebida doce e quente de estilhaçados. Minha garganta adoece de imediato com os cortes irreparáveis. Não há emplastos!
O doce vinho é servido em cerimônias honrosas da nossa carência ou da nossa dependência química do amor. E não me cabe mais a valentia de denuncias e isenções pois qualquer esforço seria tardio e desnecessário. Prefiro degustar do vinho e cair tonto na cama com as conseqüências do álcool diluído na minha corrente sanguínea. Se o amor é um ato inventado, quero então o melhor papel num belo espetáculo do imaginário. Viva os novos negócios do amor porque Love is business Baby!

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