Por Jefferson Acácio
Prometa-me que há amor no fundo do poço
Que eu vou me reduzir à lama para buscar
Por dentro de mim apodreceu o coração
Desidratado na falta do liquido
Ardente e suave que somente o amor proporciona.
Desde então me tornei um resto de vida predatória,
Um corpo quase inorgânico
Que duraria 100 anos para se decompor.
Sou uma natureza quase morta,
Um andarilho quase biodegradável,
Bem capaz de nunca morrer de vez
Para não poluir o ventre da terra.
Por isso, suplico-te, força invisível,
Mago ou qualquer ser oculto.
Ouça atentamente ao meu chamado,
Pois te rogo por esta causa particular.
Varra o planeta com sua magia e
Revele-me o esconderijo do amor
Estou numa guerra fria dos sentimentos devastados.
Prometa-me que há amor num terreno genocida
De uma civilização contaminada pelas piores doenças
Quero deslizar minha língua sob o solo
Pior é padecer de incompletude
Não dispensarei qualquer fagulha ou resto de amor
Eu faria o milagre da multiplicação;
Prometa-me cirurgicamente arrancar de mim
As memórias dos amores inventados;
Sugar toda a saliva dos que já me profanaram;
Dilacerar e escalpelar da minha derme todo disfarce
Prometa-me provar a existência do amor
Quero esse sabor mesmo no último segundo de vida
Contamina-me de amor radioativo,
Pois de agora em diante eu sou puro
Para ser revestido unicamente pelo amor!
Amor!
Ferva em mim como larvas de um vulcão adormecido!
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