Por Jefferson Acácio
Você - A outra metade de mim - que me trazia alegria
Agora é metade de outra que me traz inveja e agonia
E a metade que era eu virou silêncio
Por me acostumar em sua metade,
Metade de mim quase morre.
Tive que abandonar a sua metade ainda tão morna e modesta
Em minha vida que um dia foi inteira.
Juntei os farrapos de memórias.
Alinhavei, costurei e transformei tudo em ponto cruz
Feri o dedo que manchou a manto de retalhos
Costurei tudo, cobri-me do manto, e parti em busca de uma nova metade.
Se a outra metade que foi embora com outra metade
Não tivesse deixado a mim pela metade
Agora não estaria sozinho
Pois soube que foi deixado pela outra metade
Tudo poderia ser diferente e não estaríamos os dois pela metade.
Nem esse poema seria o das metades!
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